Exposição Virtual – COLETIVO OLHAR DA PERIFA OCUPA O MART

O Coletivo Olhar da Perifa Diz a Que Veio!​


CRIANDO RAÍZES

“Ocupar, resistir, produzir!” O lema que transforma terra em alimento também converte a vida em arte, e o contrário: a arte em vida. 

O Olhar da Perifa teve início – ainda sem financiamento e de modo inteiramente voluntário –, em 2022, no Bairro Jardim Esperança (região periférica de Cabo Frio) por iniciativa da fotógrafa e jornalista Thammy Carvalho, que vive e trabalha no local. Voltado para adolescentes da rede pública de ensino, com idade de 13 a 18 anos, o projeto realizava, inicialmente, atividades formativas na área de fotografia, em suas dimensões técnicas e artísticas. Além do programa de aulas teóricas e práticas, o projeto também organizou atividades externas, através de visitas a museus e espaços culturais, com vistas a ampliar o repertório de seus participantes. O primeiro ciclo seguiu até dezembro de 2022 e em paralelo às atividades de formação o Olhar da Perifa se constituiu como coletivo – com a incorporação de novos membros. 

Mais de 30 jovens já foram alunos no Coletivo, que hoje também é reconhecido como Ponto de Memória pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), representando o primeiro ponto histórico da região, sendo na periferia de Cabo Frio. 


OLHAR NO FUTURO – Considerando o êxito da experiência e a demanda dos adolescentes e jovens da região do Jardim Esperança pela continuidade das ações do projeto, o coletivo vem trabalhando desde janeiro de 2023 em um programa de ampliação de suas atividades. No âmbito formativo, essa ampliação se dará em duas direções, levando em conta a duração do projeto e conteúdo programático das atividades. No que diz respeito à duração, o projeto propõe uma formação continuada, com o aprofundamento e vivência da linguagem e do fazer técnico e artístico, a fim de estimular um novo horizonte profissional para os participantes. A ampliação do conteúdo programático se dará com a inserção de dois novos módulos no curso, além da fotografia. Um voltado para a linguagem audiovisual (demanda dos alunos no primeiro ciclo do projeto) e outro voltado para a construção do olhar crítico que promoverá atividades de formação, discussão e pesquisa sobre a história, a memória social e as singularidades da produção de imagem a partir da periferia.

  • O JARDIM ESPERANÇA 

O bairro do Jardim Esperança teve seu início ocupacional a partir da década de 1960, era um lugar de passagem que havia esporadicamente poucas casas entre as vegetações. Anteriormente era chamado de campo dos cavalos, devido a enorme quantidade de cavalos que eram criados neste território, que eram de várias fazendas no entorno como a fazenda Monte Alegre e a Fazenda Assunção.  

O bairro passa a ter sua denominação a partir de 1970, quando o então prefeito Otime Cardoso dos Santos, cria no dia 17 de julho de 1972 o bairro com a nova nomenclatura de Jardim Esperança, pois ele começa a ser ocupado principalmente por uma desocupação de moradores de uma comunidade carente que moravam na Praia do Forte, que já era um cartão postal da cidade.  

Ao passar do tempo o bairro foi tomando novas proporções com a chegada da estrada velha de Búzios, que fazia a ligação direta com o distrito de Búzios, entre esse processo, várias residências começaram a surgir, assim como comércios variados. O bairro é uma extensão do antigo bairro Fonseca, fundado pelo português Américo Gomes da Fonseca, que chegou ao Brasil com sua família em 1922 

Quem são os artistas


Maria Luiza Dantas de Assunção

“Tenho 18 anos. Estudo no CIEP 458, no último ano escolar, moro no Jardim Esperança e sempre tive paixão pela fotografia. Graças ao projeto pude praticar aquilo que tanto tive admiração!”


Jadison Paulo dos S. Porto

“Sou estudante da ESC Elza Maria Santa Rosa Bernardo. Moro no bairro do Jardim Esperança. Faço curso sim, de informática. E eu gosto de ser aluno do projeto (Olhar da Perifa) porque lá eu aprendi que cada um tem o seu universo e que a gente pode ver arte onde os outros não veem, e que a periferia tem talento também!”



Kleyson J. Mattos Pessanha

“Estudo no CIEP Hermes Barcelos 458. Eu estudava e entendia de audiovisual e edição em vídeo, mas eu não era muito bom com fotos, então, tive a oportunidade de aprender bastante com esse projeto, que ampliou minhas habilidades me mostrando esse incrível mundo da fotografia.”


Adryan Cristine Venceslau

“Estudo na escola Elza Maria Santa Rosa Bernardo e moro no bairro Jardim Esperança. Eu gosto de fazer o projeto (Olhar da Perifa ) porque eu sempre quis fazer curso de fotografia, mas nunca consegui. Aí eu vi esse projeto e estou gostando muito, estou aprendendo muitas coisas, fazendo amizades novas, aprendendo que cada um é um universo diferente.”


Julya Borges

“Estudo na escola Hermes Barcelos (Ciep 458). Moro em Cabo Frio, no Jardim Esperança. Faço um curso de empreendedorismo e um de administração. Eu sempre quis fazer aula de fotografia, mas nunca tive condições. Essa oportunidade tá sendo incrível e estou aproveitando cada momento.”


Luan Carlos Januário Batista

“Estudo no colégio Elza Maria Santa Rosa Bernardo e moro no bairro Jardim Esperança em Cabo Frio. As fotos servem para eternizar os momentos e eu quero aprender a fazer isso da melhor forma possível. O projeto (Olhar da Perifa) é a melhor escolha pra isso, lá eu aprendi muitas coisas além da fotografia, coisas que eu não teria aprendido em lugar nenhum.”



UM ENCONTRO FELIZ – Em 2022 o Coletivo Olhar da Perifa visitou ao Museu de Arte Religiosa e Tradicional (Mart/Ibram) e participou de uma visita educativa mediada pelas educadoras do Museu sobre a história do antigo Convento de Nossa Senhora dos Anjos e o acervo que pertencia aos frades que viveram na casa religiosa.​

Dessa visita, resultou uma atividade pedagógica em que os alunos produziram, em fotografias, releituras do que viram, transformando arte em arte a partir de suas experiências pessoais.​

A mesma atividade se repetiu em 2023, com resultado semelhante.


A poética da obra “aberta” tende, como diz Pousseur, a promover no intérprete “atos de liberdade consciente”, pô-lo como o centro ativo de uma rede de relações inesgotáveis, entre as quais ele instaura sua própria forma, sem ser determinado por uma ‘necessidade’ que lhe prescreva os modos definitivos de organização da obra fruída; mas (apoiando-nos naquele significado mais amplo do termo “abertura” que mencionamos antes) poder-se-ia objetar que qualquer obra de arte, embora não se entregue materialmente inacabada, exige uma resposta livre e inventiva, mesmo porque não poderá ser realmente compreendida se o intérprete não a reinventar num ato de congenialidade com o autor.  (Umberto Eco. Obra aberta. Forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1991, p. 41)



Decolonizando os monumentos

























O COLETIVO OLHAR DA PERIFA



CRÉDITOS

Curadoria: Fotógrafa Thammy Carvalho

Pessoa convidada: Pintor Caó e artista Plástico Rafael

Concepção e desenvolvimento para este site: Equipe MART



Livro de registro de presença

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